quinta-feira, dezembro 15, 2005
Poesia Erótica em Tradução e La Fontaine
Epigrama
Amar, foder: uma união
De prazeres que não separo.
A volúpia e os desejos que são
O que a alma possui de mais raro.
Caralho, cona e corações
Juntam-se em doces efusões
Que os crentes censuram, os loucos.
Refletem nisto, oh minha amada:
Amar sem foder é bem pouco,
Foder sem amar não é nada.
La Fontaine
Este poema de Jean de La Fontaine foi extraído da obra Poesia Erótica em Tradução organizado e traduzido por José Paulo Paes (Cia. das Letras), de onde foi retirado também o poema anterior "Uma Mulher Espera por Mim" de Withman. Esta obra ao meu ver, é um dos poucos livros que agregam poemas de cunho erótico e que condensa a magia e beleza da poesia sob uma perspectiva sensual, histórica e as vezes cômica. O autor apresenta um rico conteúdo textual sobre o erotismo X pornografia e pequenos resumos sobre os autores contidos nessa coletânea.
La Fontaine é conhecido pela vasta produção literária de fábulas, é considerado um escritor classicista, no sentido de que o classicismo não propicia a expressão do sentimento, que é o núcleo da poesia lírica. Epigrama demostra uma relação entre sexo e amor, estes ações e sensações indissociáveis. No classicismo os géneros poéticos mais cultivados são o satírico e o didático, bastante presentes nas obras de Jean de la Fontaine.
Foto: Duerme de Mariano Rodríguez (Argentina). Suas fotos refletem a inspiração erótica do desnudo sobre a sua musa unificando expressão corporal, cor e libido, fusão perfeita pra ilustrar o poema de La Fontaine.